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terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Resenha - A Lista Negra

Editora – Gutemberg, Brasil.
Paginas - 271

Sinopse: 
Abril. Um mês que, inevitavelmente, será sempre lembrado pelo horror de massacres ocorridos em escolas por jovens: 20 de abril de 1999, Columbine, Estados Unidos; 26 de abril de 2002 , Erfurt, Alemanha; 16 de abril de 2007, Virginia Tech, também nos EUA; e 7 de abril de 2011, Realengo, Brasil. Além desses, muitos outros já ocuparam os noticiários do mundo inteiro, chocando pela violência com que jovens assassinam seus próprios colegas. É com um noticiário como esse que o romance A lista negra abre suas páginas. Lançado agora no Brasil pela Editora Gutenberg, a obra Jennifer Brown é uma ficção que mergulha no mundo juvenil repleto por situações marcadas pelo bullying, preconceito e rejeição.
Essa é a história de Val e Nick. Eles são dois adolescentes que se conhecem no primeiro ano do ensino médio e se identificam de imediato. Val convive com pais ausentes, que brigam o tempo todo e só criticam suas roupas e atitudes. Nick tem uma mãe divorciada que vive em bares atrás de novos namorados. Os dois são alvo de bullying por parte de seus colegas do Colégio Garvin. Nick apanha dos atletas e Val sofre com os apelidos dados pelas meninas bonitas e populares. Ambos compartilham suas angústias num caderno com o nome de todos e tudo que odeiam, criando um oásis, um local de fuga, um momento de desabafo, pelo menos para Val. Já Nick não encara a lista e os comentários como uma simples piada. Há alguns meses, ele abriu fogo contra vários alunos na cantina da escola. Atingida ao tentar detê-lo, Valerie também acaba salvando a vida de uma co¬lega que a maltratava, mas é responsabilizada pela tragédia por causa da lista que ajudou a criar. A lista das pessoas e das coisas que ela e Nick odiavam. A lista que ele usou para escolher seus alvos.

Resenha: 
O que falar de A Lista Negra? Bem, vou iniciar com a idéia do livro, que foi abordada de uma forma genial e brilhante; bullyng e o perdão. O que fazer numa situação onde um adolescente é submetido a um nível de estresse diário, onde as ameaças são tão reais quanto os apelidos postos nos personagens. Quem nunca sofreu bullyng? Quem nunca praticou mesmo que seja um leve, onde não causou grande impacto?
Jennifer Brown abordou o bullyng acompanhado de muitas outras tragédias, como por exemplo, o conflito com os pais, a pressão que o trauma causou e a amizade. O difícil de ler esse livro foi porque em muitas cenas eu me identificava, não por que fiz uma lista – mentira, eu fiz – mas porque as emoções que ela guardava, o sentimento oculto é algo que muitos adolescentes têm e passam por isso todos os dias. Eu passei. A serie de coisas horríveis que acontecia com Valerie, a protagonista, foram tão intensas, que a dor é claramente percebida pelo leitor. Não espere ler Alista Negra esperando um romance fofo que acabou em tragédia. Vai muito mais alem disso, muito mais. O incrível é que eu realmente parei para pensar: poderia ter acontecido na minha escola.
Hoje o bullyng é um assunto muito delicado, poucas pessoas sabem falar sobre isso e a Sra. Brown fez um trabalho brilhante, transformou a personagem principal, Valarei, em uma heroína egoísta e uma vilã cruel que tinha um namorado incrível mais oculto por seus pensamentos e planos misteriosos. Valerie ainda tem o conflito com o pai, que toma decisões drásticas e cruéis, o conflito com os amigos que perdera depois do massacre. Nick Levil era um garoto comum, com problemas em comum com muitos outro. Em minha opinião a influencia e o estresse tanto na escola quanto em casa foram um gatilho importante para a decisão do garoto.
Um ato importante, o perdão. O quão difícil é para um pai ou para uma mãe perder seu filho? Se fosse com você, o que você faria? Culparia a pessoa mais próxima, culparia o assassino que acaba cometendo suicido e agora está morto? Ou culpa a família dele? O perdão é uma evolução da alma, é algo extraordinário, que nos eleva de seres simples a seres maduros, capazes de abrir o coração com mais facilidade e amar, entender e compartilhar o sentimento com alguém que supostamente odiaria. A decisão de Valerie e de Jessica fez com que eu visse e entendesse que o perdão nunca vai ser algo que você queira, mas que você precise. E sempre irá precisar.
A Lista Negra entra oficialmente para minhas leituras inesquecíveis, por que não posso simplesmente ignorar o que li, o que presenciei, posso dizer assim.


Leandro Matias

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